quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz, próspero e de anos novos.

Cheguei lá.
O dia 29 se tornou dia 30. Meu tempo de vida por aqui foi de 29 para 30 anos.
Haviam me prometido um eclipse. Mas acho que algo deu errado – não necessariamente errado.
Era pra ser uma loucura! ... 30 no dia 30. Uma vez na vida e nunca mais.
Mas foi um dia diferente. E não há lamento nisso, trata-se apenas de uma observação sobre o que acontece na vida.

Meu ano novo e aniversário sempre foram mais ou menos a mesma coisa, a mesma comemoração: como todo mundo sempre está desfrutando das férias, curtindo a ressaca do natal e se preparando para as cidras do ano novo, nunca houve muitos telefonemas, presentes e grandes festanças, mas eu sempre aproveitei e fiz do réveillon a minha festa. Daria até pra fingir que os fogos eram pra mim se eu fosse tão ambicioso. Rsss...

Neste ano foi tudo diferente.
Deve ser culpa do aquecimento global, que atordoa as estações, que muda o clima e acaba interferindo no tempo.
Meu ano começou antes. Lá pelo dia 15 vieram os fogos, as comemorações, as parabenizações, e o dia do meu aniversário acabou não tendo forças pra ter ar de feriado, ar de mundo em suspensão.
Nasci em Salto de Pirapora. E lá vivi uns... hum... 15 anos entre idas e vindas. E lá, no dia 30 de dezembro é feriado - emancipação, ou coisa assim. Nunca deu pra fugir muito deste ar ritualístico de passagem. A cidade parada, mundo parado esperando o ano que viria, minha idade mudando... expectativas, todo mundo em clima de festa, promessas, metas...
Desta vez foi realmente diferente.
Foi um grande dia diferente!

Passei o dia no clima da minha nova vida – que eu desejo que se estenda muito. De manhã houve um abraço e um beijo do meu pai, corpo a corpo - coisa que há muito não havia neste dia porque eu sempre estava longe, depois um dia de trabalho, e à noite uma surpresinha linda: o Rafa armou uma mesa com bolo, pãezinhos de cream chease que eu adoro, moranguinhos e pêssegos. Ele havia tirado os cabos dos morangos e os equilibrado cuidadosamente de bundinha pra cima pela mesa. Ao passo que íamos comendo os morangos, na toalha surgia uma machinha vermelha, como um beijinho. Beijinho de moranguinho. Parecia que a Xuxa tinha passado por aqui.
Totalmente sem querer... ele não armaria uma viadagem dessa e nem ia querer manchar a toalha. As surpresas são milagres. O inesperado é milagre.

Odeio dar ar de “lição aprendida/ lição ensinada” aos meus textos, mas tem dias que não dá pra fugir. Nem tudo se planeja. Nem tudo se pode controlar.
A questão é que muitas vezes eu espero as coisas erradas das coisas erradas. Dedico suspiros às bobagens erradas...
Para minha sorte as bobagens certas e saborosas sempre vêm e me fazem surpresas milagrosas...osas, osas osas.... e os adjetivos nunca acabam.

Dá até pra concluir que o eclipse dos 30 no dia 30 ocorreu. Um astro se pôs em frente a outro, escondeu um brilho comum e revelou um fenômeno incomum.