quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Cachorros e porcos

Os animais fazem mesmo parte da minha vida. No Orkut eu sou uma zebra, aqui sou um cachorro beijoqueiro, vivo rodeado de sonhos com animais, eles entram pela minha janela, às vezes me assustam de dentro dos portões quando eu tô caminhando distraído pela calçada... E até meu nome tem bicho: Leandro (homem leão). Tá pensando que sou pouca coisa???? Nem cachorro nem zebra. Leão!

Hoje gostaria de falar sobre duas expressões que eu tenho, nesses últimos tempos, tentado adaptar e adotar para a vida do dia-a-dia: “Não jogar pérolas aos porcos” e “Não chutar cachorro morto”. Na minha opinião são expressões que se complementam. Ao adotadas, nos conferem uma vantagem pouco maléfica, pois a primeira faz com que nos sintamos superiores, e a segunda nos impede de agir deslealmente em função desta superioridade.
Quantas vezes não somos pegos boquiabertos, pasmos, indignados com certos comentários ou certas perguntas? Arregalamos os olhos e a boca fica mole. Na cabeça passa o seguinte pensamento: “Não acredito que ele disse isso” ou “Foi assim que ela entendeu”?

As pessoas não precisam conhecer as mesmas coisas, não precisam pensar da mesma forma, concordar, enfim. Eu sei disso! Mas há situações em que a nossa inteligência é atacada descaradamente. Algumas declarações inocentes, outras muito perigosas. E vem aquela vontade doida de dizer a palavra mágica Catchanga!! e sumir numa nuvem de fumaça pra não ter que continuar a conversa.

-- Eu jogo lixo na rua às vezes porque do contrário os garis não teriam emprego!
-- Eu tenho peixes no aquário e passarinho na gaiola porque se eu os soltasse eles morreriam de fome!
-- Pode comer o bicho da goiaba. Ele é da própria Goiaba. É verdade!
-- Sabia que mortadela é feita de carne de cavalo?
-- Ele é negro, mas é legal! (neste caso “negro” pode ser substituído por “gay”, ou “gordo” ou “feio”.

Na falta da nuvem de fumaça a gente “faz a egípcia”, finge que não tá ali, que é invisível! Respiramos fundo e ainda tentamos com a maior das boas vontades, com muita calma e sendo amáveis... mas as coisas pioram e levamos mais uma martelada no zóio.

E aí que, combinadas, as expressões citadas no início do textinho nos são tão úteis. Fazem com que nos sintamos superiores e verdadeiramente nobres.
Pra ficar mais fácil é melhor ressuscitar o cachorro e juntar com o porco num único animal. Criando talvez um “porcorro” ou um “cachorco”. E darmos a ele não os restos de comida, porque isto seria desleal, mas compartilhar uma marca de ração da qual ambos gostemos. Quem sabe fazer um convite pra chafurdar logo ali. E talvez, numa hora dessas, dando voltas correndo atrás do rabo e rindo feito bobos, como quem não quer nada, a gente volte ao assunto e consiga algum progresso.

As pessoas, a maioria delas, podem melhorar ao longo da vida. Tenho um amigo que aos 15 anos se trancava com um gato na garagem para torturá-lo prendendo pregador de roupa na orelha do bichano. Hoje é uma das pessoas mais humanas, carinhosas e doces que conheço.

Procê ver!

Um comentário:

  1. "Essas músicas de vocês"?

    "Essas músicas" quais?
    "Vocês" quem?
    hehehehe


    Eu acho que os "animais" fazem parte da minha vida também, mas não da mesma forma... hehehehe.

    Quanto a ficar boquiaberto com frases e atitudes desumanas alheias... isso bate mais ou menos com o que eu postei ontem no blog: "Quando as pessoas se despem de costumes, cultura, roupas, vergonha e dinheiro, tornam-se todas iguais. Mas quem vive por aí despido?" rsrsrs. O negócio é fechar os olhos, tampar os ouvidos e move on, porque na vida o que eu mais vejo é gente dizer (e fazer) asneira - e ainda dizer e repetir com alegria saltitante que isso está certo, hehehe.

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